Hélder Bastos é professor de Ciências da Comunicação na Universidade do Porto e foi um dos primeiros a escrever sobre os novos media e a evolução do jornalismo. Do seu ponto de vista, ele vê que as mudanças estão a decorrer muito rapidamente, e quanto a Portugal ele diz: «Continuamos a chegar pontualmente atrasados ao futuro que outros já conquistaram.»
Com o boom dos novos media, vai-se anunciando o fim dos jornais e de outros meios, como aconteceu com a rádio quando apareceu a televisão. No entanto, ambos coexistem ainda hoje. Porquê tanto fatalismo?
O fatalismo sempre fez parte da história das novas tecnologias ligadas aos meios de comunicação de massa. E os catastrofistas sempre negligenciaram aquilo a que Roger Fidler chama a mediamorfose, ou seja, a capacidade que os media têm de se adaptar ao aparecimento
de novos media. Acresce que, pelas mais diversas razões, nem toda a gente se “converte” aos novos media.
de novos media. Acresce que, pelas mais diversas razões, nem toda a gente se “converte” aos novos media.
Dito isto, há aspectos que, de facto, não têm precedentes no que toca à Internet: trata-se de um meio com uma taxa de expansão muito rápida (nem a televisão andou tão depressa) e com uma capacidade inata para absorver e dar novas formas a todos os media tradicionais (começamos a ouvir falar em Web TV, Web rádio, etc.). Esta realidade serve, inevitavelmente, de combustível à argumentação catastrofista. Para Bill Gates, por exemplo, os jornais de papel já estariam extintos no ano… 2000.
Que características dominam no paradigma actual dos meios de comunicação?
Talvez possa responder a esta pergunta com palavras ou conceitos-chave: convergência, multimédia, interactividade, redes sociais, imediatez, virtualização, mercantilização, concentração.
Qual é o erro mais comum na avaliação das influências das novas tecnologias sobre a sociedade?
É acreditar-se que a influência é uniforme e generalizada, isto é, que toda a gente é influenciada da mesma maneira, que todos lidam com as novas tecnologias do mesmo modo e que estas estão ao alcance de qualquer um. Acresce que, não poucas vezes, essa influência é
sobrestimada.
sobrestimada.
A diferença entre o ciberjornalismo e o jornalismo tradicional assenta apenas numa questão de meio e formato, ou implica uma renovação na aproximação e nos métodos de tratamento da matéria jornalística?
O ciberjornalismo implica, de facto, novas técnicas e modos de tratar a informação, uma vez que a Web é um espaço “naturalmente” hipermédia. Há, portanto, necessidade de, desde logo, o jornalismo se adaptar ao meio e à gramática do novo espaço em que se move. E isso passa por novos modos de arquitectar, hierarquizar e apresentar a informação. Mas não só: o ciberjornalista precisa também de perceber o ambiente – interactivo, informal, conversacional, 2.0 – da Web, o que nos conduz à questão da renovação na aproximação.
A questão da ética é também importante: há um património comum de valores e standards partilhados por jornalistas e ciberjornalistas (esta distinção é um pouco instrumental, mais do que real ou efectiva), mas estes debatem-se com questões, sem precedentes, levantadas, quer pela natureza do meio, quer pela falta de regras claras em relação a diversas matérias, incluindo as legais.O jornalismo é uma profissão em mutação, não só ao nível das aptidões, mas na diversidade de funções: o jornalista tem a seu cargo a recolha e redacção da informação, mas a estas funções juntam-se agora o papel de moderador e de produtor hipermédia.
Como professor, qual caminho é que acha que se deve seguir: o da especialização ou da polivalência?
Eu diria que o caminho é o da especialização na polivalência. Cada vez mais, é preciso ser-se bom em cada vez mais coisas, todas elas exigentes em termos de especialização. A procura aponta para uma espécie de jornalista especialista em “banda larga”, que saiba de tudo o que se relaciona com a produção textual e hipertextual, mas que a isso junte o domínio de diversas competências multimédia, videojornalismo incluído. Basta olhar para os anúncios de emprego que surgem, por exemplo, nos EUA.
Definitivamente, já não basta a um jornalista saber escrever e ter boas fontes de informação para sobreviver nos ambientes embrionários da convergência e da multitextualidade. Não há muito tempo, havia alguma resistência nas redacções aos cursos superiores de jornalismo, já que, para muitos, era uma profissão que se aprendia a trabalhar.
Hoje em dia, qual é o papel das escolas e o que é que se lhes exige?
O papel das escolas, e sobretudo da universidade, é o de preparar os futuros jornalistas para o trabalho num ambiente profissional cada vez exigente, competitivo, flexível e carregado de desafios constantes, nomeadamente no que às novas tecnologias concerne. Compete à escola fornecer as ferramentas técnicas, práticas e teóricas essenciais a uma boa preparação para o cabal exercício do jornalismo. Exige-se, portanto, que as escolas e universidades estejam atentas aos desenvolvimentos no campo jornalístico e que sejam ágeis o suficiente para não correrem o risco de ficarem desfasadas em relação às novas realidades.
Mais: do meu ponto de vista, as universidades devem esforçar-se por estar um passo à frente, antecipando tendências e experimentando laboratorialmente novas ferramentas e narrativas.
Mais: do meu ponto de vista, as universidades devem esforçar-se por estar um passo à frente, antecipando tendências e experimentando laboratorialmente novas ferramentas e narrativas.
Quais são os maiores riscos éticos para um jornalista hoje em dia? As novas tecnologias trouxeram mais ou menos dificuldades neste campo?
As novas tecnologias trouxeram novas questões para o debate da ética jornalística, mas também vieram levantar novos problemas deontológicos. Novas questões têm que ver, por exemplo, com a possibilidade de uma maior interpenetração entre publicidade e notícias e entre entretenimento e informação nos ciberjornais poder afectar a qualidade do trabalho jornalístico, com a relação entre a imediatez e a eventual degradação de certos standards jornalísticos, com problemas gerados pelo cruzamento de interesses empresariais, com a indefinição legal à volta da Internet, com a política de hiperligações (ex: estando a realizar um trabalho sobre racismo e xenofobia, deve o ciberjornalista fazer link a uma página de apologistas do nazismo?).
A grande vantagem para o enfrentar destas questões é que os jornalistas já têm uma base ética e deontológica tradicional bastante consolidada (apesar de, não poucas vezes, ser desrespeitada impunemente).
Os novos media são a verdadeira democratização do 4º Poder? Será a Mass Self Communication, como Castells a definiu (
http://diplo.uol.com.br/imprima1379 ), mais poderosa que os mass media? Depende do que se entende por democratização do quarto poder. As novas formas de expressão e participação dos cidadãos na Web não vieram propriamente democratizar os media tradicionais, pois estes, no essencial, mantêm as suas características básicas mais ou menos inalteradas.
Os blogues, por exemplo, democratizaram a publicação e a expressão individuais, mas não se pode dizer que tenham democratizado o quarto poder, nem tão pouco que constituam um novo poder em si. A chamada «mass self communication» ganha terreno e força, mas ainda está muito
longe de constituir uma alternativa realista aos mass media: apesar de estarem a procurar adaptar-se ao avanço da Internet e das suas modalidades comunicacionais, estes mantém o seu poder e hegemonia nas sociedades contemporâneas, quanto mais não seja porque ainda detém o monopólio da comunicação de massa.
Os blogues, por exemplo, democratizaram a publicação e a expressão individuais, mas não se pode dizer que tenham democratizado o quarto poder, nem tão pouco que constituam um novo poder em si. A chamada «mass self communication» ganha terreno e força, mas ainda está muito
longe de constituir uma alternativa realista aos mass media: apesar de estarem a procurar adaptar-se ao avanço da Internet e das suas modalidades comunicacionais, estes mantém o seu poder e hegemonia nas sociedades contemporâneas, quanto mais não seja porque ainda detém o monopólio da comunicação de massa.
A mass self communication pode influenciar, ou mesmo contagiar, a mass communication, mas não é, por enquanto, mais poderosa.
De que forma é que a agenda noticiosa se pode alterar com o jornalismo participativo?
O impacto do jornalismo participativo, que ainda está numa fase embrionária, na agenda noticiosa mainstream ainda é muito reduzido, algo que é ainda mais notório em Portugal. Mas, em certos casos, pode fazer com que certos temas sejam incluídos naquela agenda, caso os acontecimentos sejam suficientemente fortes, inesperados, polémicos ou inéditos.
À partida, uma agenda noticiosa ciberjonalística será mais propensa a absorver contributos do jornalismo participativo do que a agenda dos média noticiosos tradicionais. Mas, quanto a esta questão, convirá lembrar que a própria definição daquilo que é “jornalismo participativo” ainda não devidamente solidificada e enquadrada, algo que torna ainda mais complexas as suas dinâmicas com o jornalismo tradicional.
As novas tecnologias vêm rotuladas de agregadoras, participativas, democráticas. No entanto, existe uma maioria de info-excluídos (por factores educacionais ou estruturais).
Como é que se ultrapassa este paradoxo?
Creio que este paradoxo nunca irá ser ultrapassado definitivamente. Haverá sempre camadas da população, mesmo nos países mais desenvolvidos, excluídas do progresso comunicacional e informacional (veja-se que todo o século XX não foi capaz de erradicar por completo o analfabetismo e a iliteracia). Apesar disso, nota-se o empenho das empresas ligadas às novas tecnologias no desenvolvimento de produtos cada vez mais acessíveis, manuseáveis e baratos.
Neste aspecto, nem todas as intenções são filantrópicas, obviamente.
Tecnologicamente, a evolução da sociedade de informação tem sido exponencial. Mas terá a sociedade acompanhado este ritmo, a nível político por exemplo?
A política tem, em si, problemas estruturais e conjunturais demasiado graves para poder acompanhar devidamente a evolução tecnológica. A tecnologia, por diversos motivos, corre sempre à frente dos ritmos políticos e sociais, obrigando-os, mais tarde ou mais cedo, a mudar.
Os políticos e os cidadãos fazem o que podem para não “perderem o comboio”, mas a velocidade é de tal modo elevada que se torna quase impossível acompanhar os desenvolvimentos e digerir as alterações que as novas tecnologias provocam. A política reage à tecnologia, não a antecipa e, muito menos, a controla.
Há 11 anos atrás, o Hélder Bastos escreveu : «Em Portugal, o mercado de trabalho na área dos novos media tem de ser procurado, pacientemente, com um microscópio. A maior parte dos diários nem sequer jornalistas a tempo inteiro tem nas suas edições electrónicas (…) projectos do género não deixam qualquer espaço para a descoberta e afirmação de jovens talentos. Também nesta área o país está a fazer os devidos esforços para chegar pontualmente atrasado ao futuro». O que mudou entretanto e o que é preciso ainda mudar?
A área dos novos media evolui, claro, mas muito lentamente em comparação com países tecnologicamente mais avançados. Há pouca capacidade de empreendimento e de risco (um problema que se estende a múltiplas áreas da economia nacional), e muito menos se aposta na investigação e desenvolvimento.
No campo mais específico dos media noticiosos, a evolução foi ainda mais lenta. Continuamos a chegar pontualmente atrasados ao futuro que outros já conquistaram. Ainda hoje o mercado de emprego no ciberjornalismo, por exemplo, é diminuto.
Em paralelo, a qualidade geral dos sites é muito fraca e paupérrima nalguns casos de órgãos de comunicação de expansão nacional. È preciso mudar quase tudo: modelos de negócio, hierarquias, modos de funcionamento, estratégias empresariais, formação, políticas de contratação.
Mas nada disto é fácil de fazer num país pequeno, com um mercado de media pouco competitivo e estrangulado por falta de escala nas audiências e nas receitas.
E como será daqui a 10 anos?
Estaremos melhor, sem dúvida. Mas os outros, nessa altura, já estarão dez anos à nossa frente.
Fotografia: D.R.
English version
Hélder Bastos is a teacher of Communication Sciences at Porto University, and one of the first in Portugal to write about new media and the evolution of journalism. From where he stands, he sees that things are changing fast, and when it comes to the Portuguese scenery he says: «We are still timely getting late to the future that others already conquered.»
With the new media boom, the end of newspapers and other media is being proclaimed, like it once did with radio when television appeared. However, both mediums still co-exist today. Why such fatalism?
Fatalism always took part in the history of the new technologies connected to mass media. And the catastrophists always neglected what Roger Fidler named as mediamorphosis, in other words, the capability that media have to adapt to the appearance of new media. To this adds, for several reasons, not everybody “converts” to the new media. Thus said, there are aspects that in fact don’t have any precedents when it comes to the Internet : it’s a medium with a fast expansion rate (not even television grew so fast) and with a innate ability to absorb and give new shapes to all of the traditional media (we’re starting to hear about WebTV, Web radio, etc.). This reality fuels, inevitably, the catastrophist argument. For Bill Gates, for instance, the paper newspapers would be extinct in the year..2000.
Which characteristics rule media’s present paradigm?
Maybe i can answer to this question with keywords or concepts: convergence, multimedia, interactivity, social networks, immediacy, virtualization, marketing, concentration.
What is the most common mistake in the evaluation of the influence of new technologies over society?
To believe that the influence is constant and generalized, i mean, that everybody is influenced in the same way, that everybody deals with the new technologies in the same way and that these are in anyone’s range. Adding to this, not seldom, that influence is overrated.
The diference between cyberjournalism and traditional journalism sits only in a matter of médium and format, or does it imply a renewal of the approach and treatment methods of the journalistic subject?
Cyberjournalism implies, in fact, new techniques and ways to handle the information, since the Web is a “naturally” hypermedia space. Therefore there is the need, from the start, to journalism adapt to the medium and grammar of this new space in which it moves. And this means new ways to architect, hierarchize and present the information. But not only: the cyberjournalist needs also to understand the environment - interactive, informal, conversational, 2.0- of the Web, which leads us to the issue of renewing the approach. The ethics subject is also important: there’s a common inheritance of values and standards shared by journalists and cyberjournalists (this distinction is a bit instrumental, more than real or effective), but both debate with unprecedented questions, raised either by the nature of the medium, or by the lack of defined rules regarding different matters, including legal. Journalism is a changing profession, not only on the skills level, but also on the tasks diversity: journalists had to gather and edit the information, but now they have to these tasks the role of moderator and hypermedia producer.
As a teacher, what do you believe to be the way to follow: specialization or polyvalency?
I’d say the way is specialization in polyvalency. More and more, you have to be good in more and more things, all of them demanding in terms of specialization. The search points to a sort of journalist specialist in “broad band”, that knows about everything related to textual and hypertextual production, but that adds to that the mastery of different multimedia competences, video journalism included. Just take a look at the job ads that are appearing, for instance, in the USA. Definetively, it’s no longer enough for a journalist to know how to write and have good information sources to survive in the embryonic environments of convergence and mutlitextuality.
Not so long ago, there was some resistance at the newsrooms to superior journalism courses, since, for many, it was something you learned “on the job”. Nowadays, what is the role of schools and what is demanded from them?
School’s role, and mainly university’s, is to prepare future journalists to work in a more and more demanding, competitive, flexible and filled with constant challenges professional environment, namely on what new technologies are concerned. It’s up to the schools to be aware of the developments in the journalistic field, and to be agile enough so they don’t get out of touch with the new realities. More: from my point of view, universities must make an effort to be one step ahead, anticipating trends and lab experimenting new tools and narratives.
Which are the biggest ethical risks for a journalist these days? Have the new technologies bring more or less difficulties in this matter?
New technologies brought new issues into the journalistic ethic’s debate, bur they also raised new deontological problems. New issues that have to do with, for instance, with the possibility that a larger interpenetration between publicity and news, and between entertainment and information could affect the quality of the journalistic work, with the relation between immediacy and the possible degradation of certain journalistic standards, with problems caused by the crossing of business interests, with the legal indefinition around the internet, with the hyperlinking policy (ex: on a story about Nazism and xenophobia, should the cyberjournalist link to a page of Nazism supporters?). The great advantage to face these questions is that journalists already have a rather consolidated traditional ethical and deontological basis (though, not rarely, is disrespected with
impunity).
impunity).
Are the new media the true democratization of the Fourth Estate? Can Mass Self Communication, as defined by Castells (
http://diplo.uol.com.br/imprima1379 ), become more powerful than mass media? It depends on what you understand by the democratization of the Fourth . The new forms of citizen expression and participation on the Web didn’t quite really came to democratize the traditional media, since these, in their core, still keep their basic characteristics somewhat unchanged. Blogs, for instance, democratized individual publishing and expression, but it can’t be said they democratized the Fourth Estate, nor, much less, that they are a power in itself. The intitled "mass self communication" is gaining terrain and strength, but it is still too far from being a realistic alternative to mass media: though they are looking to adapt to the Internet’s advance, these still keep their power and hegemony in contemporary societies, even if it’s only because they still hold mass communication monopoly."Mass self communication" can influence, or even infect «mass communication», but it is not, yet, more powerful.
In what way can the news agenda change with citizen journalism?
The impact of citizen journalism, that is still at an embryonic stage, in the mainstream news agenda is still very reduced, some that is more notorious in Portugal. But in certain cases, it can make that some subjects may be included in the agenda, should the events be strong enough, unexpected, controversial or new. In principle, a cyberjournalistic news agenda will be more inclined to absorb contributions from citizen journalism than the traditional media’s news agenda. But, as far as this question goes, it should be reminded that the very definition of what is “citizen journalism” is not yet duly solidified and framed, which makes even more complex it’s dynamics with traditional journalism. New technologies are labeled as gregarious, participative, democratic. However, there is a majority of info-excluded (due to educational or structural factors).
How do go beyond this paradox?
I believe this paradox will never be definitevely surpassed. There will always be population layers, even in the more developed countries, excluded form the communicational and informational progress (remember that not even the entire 20th century wasn’t enough to eradicate illiteracy completely). Despite that, the commitment of the companies related to new technologies in developing more and more accessible, easy to handle and cheap products is noticeable. On this side, not all intentions are philanthropic, obviously.
Technologically, society’s evolution has been exponential. But has society kept up with this pace, politically?
Politics has, itself, structural and conjuncture problems too serious to be able to duly follow the technological evolution. Technology, for several reasons, runs always faster than political and social rythms, making them, sooner or later, to change. Politicians and citizens do what they can to not “miss the train”, but the speed is so high that it is almost impossible to keep up with the developments and digest all the changes cuased by new technologies. Politics reacts to technology, does not anticipate it and, much less, controls it.
11 years ago you wrote: «In Portugal, the job market in the new media field must be examined, patiently, with a microscope. Most of our dailies don’t even have full time journalists in their electronic editions (…) projects of this kind leave no space for the discovery and affirmation of young talents. In this area too, the country is making the due efforts to timely arrive late to the future». What has changed meanwhile and what is still needed to change?
The new media área evolves, of course, but very slowly comparing to countries more technologically advanced. There is few enterprise and risk capability ( a problem that extends to several other areas of our national economy), and much less is invested in research and developing. In the most specific of news media, the evolution was even slower. We are still timely getting late to the future that others already conquered. Still today cyberjournalism job market, for instance, is reduced. At the same time, the general quality of the websites is very weak and very poor in some cases of media companies with national coverage. Almost everything must be changed: business models, hierarchies, working methods, corporate strategies, formation, hiring policies. But none of this is easy to do in a small country, with a rather competitive media market and strangled by the lack of magnitude in the audience ratings and revenues.
And how will it be in 10 years time?
We will be better, no doubt about it. But the others, by then, will already be 10 years ahead of us.
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