12.31.2007
OPINIÃO: Novos ares para a Europa?
A verdade é que viver e trabalhar numa cidade é e continuará, se não forem tomadas medidas, a ser sinónimo de falta de qualidade de vida para o comum dos cidadãos. Os dados são inquietantes: segundo dados comunitários, na Europa dos nossos dias 360 mil pessoas morrem devido à poluição atmosférica. Se forem levados em conta factores como o tráfego automóvel excessivo, a escassez de espaços verdes ou o (ainda) insuficiente tratamento dos resíduos sólidos urbanos, então estes números são tudo menos de estranhar.
É de sublinhar o desafio lançado então por Hegvyi à Comissão Europeia (CE), ao propor que esta estabelecesse medidas como planos de gestão urbana sustentável, quotas de espaços verdes per capita nas cidades, promoção de transportes pouco poluentes e não-motorizados ou a introdução de taxas de congestionamento e de zonas de baixas emissões nas cidades com elevada poluição atmosférica. Para tal - convenha-se -, é também indispensável repensar o espaço urbano.
No que concerne à dimensão político-institucional do problema, esta discussão teve recentemente um desenvolvimento encorajador, com a CE a aprovar um conjunto de objectivos para a melhoria da qualidade do ar e contra a poluição atmosférica, com o intuito de aprovar uma directiva única (mais informação aqui). Algo que, ainda longe de concretizar a ambição (utópica?) de Gyula Hegyi, é importante, uma vez que muitos Estados-membros (Portugal incluído) não cumprem sequer os valores-limite previstos na legislação em vigor.
No entanto, apenas isto não chega. A inquietante constatação de que as metas lançadas em Quioto e reforçadas em Bali são ainda uma miragem leva a concluir que chegou a altura de poupar nas palavras de circunstância, tornando prioritário o investimento em medidas imediatas que conduzam, já numa perspectiva alargada às mais variadas dimensões, a um espaço europeu efectivamente ecológico, onde Ambiente, Tecnologia, Ciência e – porque não? – Economia sejam não apenas compatíveis mas verdadeiramente complementares.
Doa a quem doer, e com alguma atenção a quem sempre desprezou a ecologia e agora ostenta um discurso "verde", devidamente enquadrado em políticas de responsabilidade social e ambiental, enquanto sinónimo de votos e receitas.
Nuno Loureiro
Fotografias: D.R.
12.27.2007
People Like Us & Ergo Phizmiz: "Codpaste" podcast series
Supported by Arts Council England and WFMU, this project presents audio sources, sketches, mixes and collages combining track elements with added instrumentation, electronics, vocals, etc., as well as fragments, layers, and multitracks of the collage compositions. Elements that are «tied together by snippets of light-hearted, tangential conversations and introductions and occasional mental overload and verbal meltdown».
Episode 1 - 3rd December 2007 - Cartoon Music
Episode 2 - 10th December 2007 - The Chase
Episode 3 - 17th December 2007 - Hooked On Classics
Episode 4 - 24th December 2007 - ThEdit
GPInformation
Photo: R.R.
12.23.2007
Entrevista: Ikue Mori
Começou a carreira artística como baterista. Ainda toca?
Não toco bateria há mais de 15 anos e não tenho tido interesse em voltar a tocar, mas nunca se sabe o que poderá acontecer no futuro.
Para além dos detalhes técnicos, quais são as diferenças principais que pensa que existe entre tocar bateria e usar "máquinas"?
Em qualquer dos casos somos nós que as controlamos e, apesar das diferenças físicas óbvias, não existe qualquer tipo de forma de tocar com outros músicos/artistas.
Falando de "máquinas". Qual a sua caixa de ritmos favorita?
Desde há bastante tempo que uso uma Alesis drum machine. Usei também HR A, HR B e SR em simultâneo.
Tenko Eno, Zeena Parkins, John Zorn e Fred Frith são alguns dos nomes com quem já trabalhou ao longo desta longa carreira. Para si, quais são os factores mais importantes para que consiga trabalhar com outros artistas? Estamos aqui a falar de empatia artística?
Sempre que possível gosto de trabalhar com os amigos. Para mim, é muito mais importante a empatia e a comunicação artistica do que as questões técnicas.
Neste momento, está a trabalhar com alguém? Pode avançar alguns detalhes sobre os seus projectos recentes e futuros?
Tenho andado a desenvolver imagens para serem utilizadas em vídeo aliadas a sons. Editei o primeiro DVD pela Tzadik. Realizei uma animação para umas pinturas antigas do Bali que conta a história de uma viagem do inferno para o paraíso.
Na música, terminei o segundo álbum do projecto Phantom Orchard, com a Zeena Parkins, e o meu outro projecto Mephista, com Sylvie Courboisier (piano) e Susie Ibarra (drums), regressou da terceira tourneé europeia. Ainda tenho os meus dois concertos para Março de 2008 na Japan Society.
É bom que existam estas distâncias para termos uma visão diferente das coisas.
Neste concerto tocou três composições para filmes mudos. Escolheu-os ou foi convidada para fazer a banda sonora para eles?
Originalmente este espectáculo foi comissariado pela Tate Modern (London). Lisboa ouviu falar deste projecto e convidou-me.
Mudando de assunto, alguma vez pensou em editar numa netlabel? Que opinião tem sobre as netlabels e qual pensa que será o seu futuro?
Neste momento não tenho nenhum interesse em editar em netlabels...
O que pensa de Portugal?
Já estive em Portugal bastante vezes e gosto muito do país.
Fernando Ferreira e Nuno Loureiro
Fotografias: D.R.
Entrevista também disponível no Niji Zine/ClubOtaku
12.18.2007
Ditterich von Euler-Donnersperg: "O Du Frohliche/O Tannenbaum Dub"
And of course, the days are short, the nights are long and we must celebrate the birth of our saviour again.
Christmas was no friend of mine. But there is one little bit of light in the dark days of Christmas: Meeuw Muzak releases another fine 7". By now I can spend at least half boxing day listening to the crazy Christmas tunes of Meeuw. The latest addition is by Ditterich von Euler-Donnersperg who has released some even more crazy music on his own Walter Ulbricht label and Die Stadt, with partly reading of texts and partly electronic music.
Here he offers two soft electronic music pieces, which are like snowflakes (of course it never snows in Dutch Christmas times). Almost kitchy and new age like on a super cheesy keyboard with all the wrong (and thus right) preset sounds, Ditterich is perhaps that great family man that such tunes under his Tannenbaum for a wealth of happy children, who start unwrapping their presents as daddy finishes his tunes.
Great stuff, once again. I can't wait for Christmas with my Meeuw Muzak collection (isn't about time for a nice CD compilation, mister Meeuw).
[7" by Meeuw Muzak]
Frans de Waard / Vital Weekly
Photo: Meeuw Muzak
12.11.2007
De Fabriek goes the Hitmachine : “Het Terrein II”
12.08.2007
12.05.2007
Portefólio: Portraits of "A Longer Journey"
["A Longer Journey", Instalação de Pedro Cabrita Reis, Centro de Artes Visuais, Coimbra]
Fotografias: Nuno Loureiro (2003)
12.04.2007
Projecto: Camera 312 – Promemoria per Pierre
Durante 30 anos, viveu no Hotel Manzoni, em Milão, no histórico quarto 312. Foi precisamente a decoração deste quarto que foi recriado na exposição/instalação colectiva “Floating Yellow Post-It ®”, o elemento basilar do projecto “Camera 312 – Promemoria per Pierre”, promovido entre Junho e Novembro passados pelo Milan Art Center, com coordenação do artista plástico italiano Ruggero Maggi, no âmbito da 52ª Bienal de Veneza.
Inaugurada por uma performance assente na interacção performer/música/vídeo, “Floating Yellow Post-It ®” – que procurava captar a atmosfera intimista do quarto 312, em todos os seus elementos –, era totalmente preenchida pelo tom amarelo, presente nas paredes, na mobília, no espaço envolvente do público.
Fotografias: Cassaglia & Cerisola
Sobre a origem do projecto “Camera 312 – Promemoria per Pierre”, fica a explicação (pessoal e sentida) do seu mentor:
«The night I was told that Pierre Restany had passed away, I was suddenly and violently moved. I knew he was seriously ill, but his recent letters revealed confidence and hope. When I first met him, in the middle of the seventies, in
Since then we met many times and always our love for Nature came out. He was deeply fascinated by the eternal mystery of Nature, even if, in the years, he could perceive is most comprehensive essence only from the airplane, as he ironically used to point out in his letters.